Neurodiversidade: Entre Coincidências e Diferenças no TDAH, TEA e Altas Habilidades
3/23/20253 min read
Neurodiversidade: Entre Coincidências e Diferenças no TDAH, TEA e Altas Habilidades
A neurodiversidade é um conceito que reconhece e valoriza as diferenças cerebrais como parte natural da diversidade humana. Entre as condições mais discutidas dentro desse espectro, estão o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e as Altas Habilidades (ou superdotação). Embora cada uma dessas condições tenha suas próprias particularidades, é comum que algumas características se sobreponham, o que pode gerar confusão no diagnóstico e compreensão. Vamos explorar as coincidências e diferenças entre elas.
O que são TDAH, TEA e Altas Habilidades?
TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade): caracteriza-se por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Pessoas com TDAH podem ter dificuldade em manter o foco, controlar impulsos e regular emoções.
TEA (Transtorno do Espectro Autista): abrange uma ampla gama de manifestações que envolvem dificuldades na interação social, comunicação e padrões de comportamento repetitivos e restritos.
Altas Habilidades/Superdotação: refere-se a um funcionamento cognitivo acima da média, geralmente acompanhado de criatividade, alta capacidade de aprendizagem e intensa curiosidade por temas específicos.
Coincidências entre essas neurodiversidades
Apesar de serem condições distintas, algumas características podem ser comuns entre elas:
Hiperfoco: Tanto pessoas com TDAH quanto aquelas com TEA ou Altas Habilidades podem apresentar hiperfoco, ou seja, uma capacidade intensa de concentração em assuntos de interesse.
Dificuldades sociais: Autistas costumam apresentar dificuldades significativas na interação social, mas pessoas com TDAH também podem enfrentar desafios nesse aspecto devido à impulsividade e dificuldade em ler sinais sociais. Crianças superdotadas, por outro lado, podem se sentir deslocadas por terem interesses diferentes dos colegas.
Sensibilidade sensorial: Indivíduos com TEA frequentemente possuem sensibilidade sensorial elevada, mas pessoas com TDAH e superdotadas também podem apresentar sensibilidade a estímulos como barulho, luzes ou texturas.
Problemas na regulação emocional: Desafios emocionais são comuns nos três grupos. Pessoas com TDAH podem ser impulsivas e ter mudanças de humor repentinas; autistas podem ter dificuldades em compreender e expressar emoções; e pessoas com Altas Habilidades podem ser altamente sensíveis e intensas emocionalmente.
Diferenças principais
Natureza dos desafios cognitivos: Enquanto o TDAH afeta principalmente a atenção e a regulação do comportamento, o TEA envolve desafios na comunicação social e padrões de pensamento repetitivos. As Altas Habilidades, por sua vez, estão associadas a um funcionamento intelectual acima da média, podendo coexistir com dificuldades sociais e emocionais.
Padrões de aprendizagem: Pessoas com TDAH podem ter dificuldade em manter a atenção em tarefas monótonas, enquanto autistas podem demonstrar uma aprendizagem aprofundada e detalhista em áreas específicas. Superdotados tendem a aprender rápido e a buscar conhecimento de forma independente.
Interesses restritos e repetitivos: Essa característica é um critério essencial no TEA, enquanto no TDAH o interesse pode ser variável e de curta duração. Em pessoas superdotadas, o aprofundamento intenso pode ocorrer, mas com maior flexibilidade cognitiva.
Convivendo com a Neurodiversidade
Cada uma dessas condições traz desafios e potencialidades. A chave para um melhor entendimento e convivência é o reconhecimento das diferenças individuais e o apoio adequado.
Diagnóstico preciso: Um psicólogo ou neuropsicólogo pode ajudar a diferenciar e identificar as necessidades específicas de cada indivíduo.
Apoio e adaptação: Estratégias educacionais, suporte emocional e adaptações no ambiente podem ser fundamentais para o desenvolvimento pleno.
Autoconhecimento: Para os próprios neurodivergentes, entender suas características é essencial para desenvolver confiança e buscar estratégias eficazes para lidar com os desafios.
Compreender a neurodiversidade é um passo essencial para uma sociedade mais inclusiva e empática. Afinal, nossas diferenças fazem parte do que nos torna humanos.
